Vai à sanção do presidente da República o PL (Projeto de Lei) que autoriza Estados, municípios e o setor privado a comprar vacinas contra a Covid-19 que tenham registro ou autorização temporária de uso no Brasil.
O texto, de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi aprovado na terça-feira (2) pela Câmara dos Deputados — não houve alterações em relação ao texto que havia sido aprovado no Senado em 24 de fevereiro.
“Eu considero que essa foi uma grande realização do Parlamento hoje. E aguardamos de maneira muito otimista que possa o senhor presidente da República sancionar o projeto, tornando-o lei para que a gente aumente a escala de vacinação no Brasil”, declarou Pacheco no final da noite de terça-feira.
De acordo com o projeto, a compra por estados e municípios fica autorizada para os casos em que o governo federal não cumpra o Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19 ou quando a cobertura imunológica prevista pela União não for suficiente.
A norma se apoia em decisão proferida nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal, que considerou constitucional a iniciativa dos entes da federação nessas mesmas hipóteses.
Além disso, o texto prevê que, quando fizerem a aquisição por conta própria, Estados e municípios, como regra, deverão ter ressarcimento da União pelo valor desembolsado.
Apenas em casos excepcionais os entes da federação serão responsáveis por custear a compra.
Setor Privado poderá comprar, mas com requisições
Já o setor privado fica obrigado a doar todas as doses compradas para o SUS (Sistema Único de Saúde) enquanto estiver em curso a vacinação dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde.
Após a conclusão dessa etapa, as empresas poderão ficar com metade das vacinas que adquirirem, e elas deverão ser aplicadas gratuitamente. A outra metade deverá ser remetida ao SUS.
O projeto também autoriza a União, os Estados e os municípios a assumir a responsabilidade de indenizar os cidadãos por eventuais efeitos colaterais provocados pelas vacinas.
Essa é uma exigência feita por algumas empresas fabricantes, como a Pfizer e a Janssen, cujas vacinas ainda não chegaram ao Brasil. Para cobrir esses riscos, a administração pública poderá constituir garantias ou contratar seguro privado.
Todas as medidas se aplicam apenas a vacinas com uso autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Relator da proposta no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) comemorou a aprovação da proposta pelos deputados federais.
“No meio de tanta tragédia e tanto caos, no momento em que nós, lamentavelmente, acabamos de registrar 1.726 mortes nesta terça-feira (03), a maior alta desde o início da pandemia, aparece uma luz no fim do túnel: o Projeto 534/2021 foi aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados, sem alterações [em relação ao texto que havia sido aprovado antes no Senado]. Rogo a Deus que o presidente da República, de hoje para amanhã, sancione esse projeto, para que nós possamos ter mais vacinas”, afirma.
Fonte(s): REDAÇÃO ND
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