Para atender a necessidade dos pacientes de hospitais públicos quanto dos hospitais privados, as fornecedoras precisavam entregar 76.500 metros cúbicos (m³) diariamente. No entanto, a capacidade de entrega das empresas tem sido somente de 28.200 m³/dia. Para sanar o déficit de 48.300m³ diários, a operação busca o gás em Fortaleza e São Paulo para levar até Manaus em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira).
Segundo os médicos, o colapso provocou a morte de diversos pacientes na noite da quinta-feira. Com isso, o governo federal anunciou que levará pacientes para outros Estados. A estimativa é de que sejam realizadas 750 transferências. Profissionais de saúde disseram ainda que hospitais fecharam as portas na quinta-feira por falta de insumos e leitos, e precisaram de apoio da PM para evitar invasões. O governo estadual diz o que Amazonas vive a fase mais crítica da pandemia.
Durante um pronunciamento, Wilson Lima destacou a dificuldade logística que do Estado para abastecer as unidades de saúde com oxigênio. "Desde a semana passada temos um esforço muito grande para complementar a produção que é feita aqui no Amazonas. Para isso, temos contato com o Ministério da Saúde e da Força Aérea Brasileira", afirmou.
De acordo com o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, coronel Luiz Otávio Franco Duarte, os aviões da FAB têm condições de manter uma ponte aérea São Paulo-Manaus para complementar a produção de oxigênio em Manaus. Cada viagem de avião tem capacidade de abastecer a capital com 5.000m³.
“Diante do desabastecimento, não só aqui no Amazonas, mas em diversas partes do mundo, nós, abrimos a operação. O consumo diário hoje no Amazonas é de 76.000m³, e temos um déficit diário de 48.000 m³. A matemática é bem objetiva e mostra o esforço do SUS para equalizar esse item nobre", afirmou o coronel.
A logística da operação prevê também rota terrestre com insumos até Belém, saindo de Fortaleza, para chegar a Manaus por meio de aviões. Para atender com urgência as redes, o transporte terrestre e fluvial, que seria o procedimento mais comum, foi descartado.
Na quinta-feira (14), o governo do Amazonas requisitou o eventual estoque ou produção de oxigênio de 17 indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM). A medida tomada pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), tem como objetivo garantir a assistência de pacientes.
A ação faz parte de uma série de esforços do governo do Amazonas para atender a alta demanda ocasionada pelas internações de pacientes com o novo coronavírus. A requisição de um estabelecimento privado é um ato administrativo previsto na Constituição Federal e na Lei nº 8.080/1990, a Lei do SUS. O instrumento é um ato administrativo tomado pela autoridade competente diante de um perigo público iminente - no caso a explosão de casos de covid-19. Previsto tanto na Constituição quanto na Lei do SUS, o dispositivo prevê a requisição de bens privados, móveis e imóveis, inclusive serviços, indenizando posteriormente.
Fonte(s): Cidades, R7
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