Deputada federal mais votada do Distrito Federal em 2018, Flávia Arruda (PL-DF), de 41 anos, assumirá o posto mais alto de sua recente carreira política. Como ministra da Secretaria de Governo, terá a missão de negociar votações, verbas e cargos com o Congresso. Em fevereiro, ela assumiu a presidência da Comissão Mista de Orçamento, responsável pela aprovação da proposta orçamentária de 2021, função à qual chegou por indicação do novo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Em seu terceiro ano de mandato político, Flávia estreou na política na campanha de 2014, quando substituiu às pressas o marido, o ex-governador José Roberto Arruda, impedido de concorrer naquele ano ao ser barrado pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. Flávia assumiu o posto de vice e a chapa passou a ser encabeçada pelo ex-deputado Jofran Frejat. Ambos chegaram ao segundo turno, mas foram derrotados por Rodrigo Rollemberg (PSB).
Na condição de primeira-dama, coordenou projetos sociais no Distrito Federal, como o programa Mãezinha Brasiliense, que dava kit enxoval para mulheres grávidas e assistência humanizada e prioritária a gestantes na rede pública.
José Roberto Arruda renunciou à candidatura em 2014 após ter sido condenado pelo Tribunal de Justiça do DF por improbidade administrativa, em segunda instância, pelo suposto envolvimento no esquema de corrupção conhecido por mensalão do DEM. Com isso, a candidatura dele foi barrada pelo TSE. O candidato entrou com recursos na Justiça, mas não obteve decisão favorável.
Primeiro governador preso no exercício do mandato, acusado de tentar comprar o silêncio de uma testemunha, Arruda foi alvo da operação Caixa de Pandora. Ele passou dois meses preso e não voltou ao governo por ter sido cassado por infidelidade partidária ao deixar o DEM para não ser expulso da sigla.
O ex-governador já tinha renunciado para escapar da cassação em 2000, quando era senador, depois de violar o painel de votação eletrônico do Senado na votação do julgamento que cassou o mandato de Luiz Estevão, acusado de desviar recursos do fórum trabalhista de São Paulo.
Em texto publicado em sua página, Flávia diz que Arruda cometeu erros, por confiar em pessoas erradas, mas não praticou qualquer crime. "Quando você ama uma pessoa incondicionalmente, enfrenta todas as dificuldades ao lado dela, dá força e se mostra forte nos momentos mais difíceis. É importante a todos saberem que muitas injustiças foram cometidas contra ele e Arruda foi acusado de crimes que não cometeu."
Fonte(s): Edson Sardinha/Congresso em Foco
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