Novos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil continua a somar o maior número de mortes por covid-19, na semana que terminou no dia 11 de abril, mesmo com uma queda no total de novos contaminados no período avaliado. Em seu informe semanal publicado nesta quarta-feira, a agência destaca como mais de 26% dos óbitos pela doença no mundo ocorreram no Brasil.
De acordo com a OMS, foram 20,5 mil mortes no pais, contra um número global de 76 mil. A taxa mundial sofreu um aumento de 7%. O total de mortes no Brasil foi ainda quatro vezes superior ao que os EUA registraram na semana, com 5,1 mil, e 4,6 mil na Índia.
Nem mesmo a queda marginal nos números brasileiros entre a semana anterior e a semana examinada - de 3% - tiraram a liderança mundial do país. Para a OMS, apenas a vacinação não conseguirá frear a pandemia nas cidades brasileiras. No mundo, 4,5 milhões de novos casos foram registrados da doença, um número que marca a semana como a sétima consecutiva com alta em contaminações.
No caso brasileiro, houve uma queda de 8% no número de novos casos, mas eles continuam somando 464 mil em apenas sete dias, uma taxa equivalente ao que o mundo inteiro registrava há um ano em sete dias.
Variantes preocupam U
m dos alertas ainda da OMS se refere ao impacto das vacinas nas diferentes variantes, inclusive na P1 registrada no Brasil. Ainda que os imunizantes deem sinal de continuar a funcionar, a agência alerta que existem sinal de "redução limitada ou modesta" do impacto da neutralização das vacinas de Oxford-AstraZeneca, Moderna e Pfizer.
Entretanto, existem algumas evidências de maior redução substancial", alerta. A OMS também destaca como estudos preliminares "sugerem perda de neutralização após a vacinação com as doses da Sinovac".
De acordo com a OMS, a "atividade neutralizadora foi reduzia entre 1,7 e 10 vezes, dependendo da vacina e do indivíduo". Num dos estudos, a vacina da Sinovac teve uma eficácia de 49,6% entre as pessoas com sintomas e apenas 35,1% entre os assintomáticos.
Citando estudos brasileiros, a OMS aponta que a mutação P.1 representaria 73% dos casos detectados de covid-19 no Brasil em março, contra uma taxa de apenas 23% em janeiro. No Sudeste e Norte, a prevalência seria maior.
No total, 52 países já registraram pessoas contaminadas pela variante identificada no Brasil e, de acordo com a OMS, a taxa de fatalidade entre jovens a partir de 20 anos aumentou em fevereiro de 2021, em comparação ao mês de janeiro. Isso sugere uma potencial associação entre a P.1 e o desenvolvimento de uma doença mais severa.
Ainda assim, num estudo realizado na Itália, a variante brasileira parece ceder quando confrontada a um cenário de "competição" com a mutação do vírus encontrado no Reino Unido.
Fonte(s): Jamil Chade, UOL
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