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Empresas de Joinville avaliam impacto do fechamento da Ford no Brasil

Oito grandes ferramentarias da cidade fabricavam moldes para a empresa americana
Empresas de Joinville avaliam impacto do fechamento da Ford no Brasil
Dani Lando/NDTV

O anúncio do fechamento das fábricas da Ford no Brasil e na Argentina já provocaram reações do setor de ferramentaria em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Na cidade, que é a terceira mais rica do Sul do país e tem em sua indústria uma das principais responsáveis pelo PIB (Produto Interno Bruto), oito grandes ferramentarias fabricavam moldes para a empresa americana.

Há um ano, a Ford direcionou para o Brasil vários pedidos que antes eram atendidos pela Ásia. Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul passaram a produzir e fornecer materiais para a empresa. De acordo com Christian Dihlmann, presidente da Associação Brasileira de Ferramentarias, o anúncio pegou todos os empresários de surpresa.

“O fechamento impacta significativamente no setor de ferramentaria, que tem uma presença de 60% da produção no mercado automotivo. A Ford representa em torno de 4%. Em números gerais não é tão significativo, mas acende uma luz para a consequência que pode existir com o fechamento de uma empresa dessas”, fala.

Em Joinville, uma das ferramentarias fornecedoras da Ford era a Winter. Segundo o empresário Diogo Winter, os negócios atrelados a Ford representavam 10% da produção. “O impacto será em médio prazo porque não é só a cadeia ferramenteira, mas toda a cadeia de produção, injeção, estamparia e manufatura. Então, perdemos em médio prazo com isso. Tínhamos a perspectiva de fechar novos negócios com eles e, infelizmente, isso não vai acontecer e acaba impactando um pouco nos nossos planejamentos futuros”, avalia.

O presidente da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), Mário Cezar de Aguiar, afirma que o encerramento das atividades acende um alerta. “É mais uma indústria que sai do Brasil, mostrando exatamente que produzir no país é muito caro. Isso corrobora com a nossa posição da necessidade de fazer as reformas estruturantes para que se coloque o país no caminho de competitividade. Temos uma legislação tributária complexa, extremamente onerosa, burocracia elevada e são questões que nosso Congresso Nacional precisa enfrentar”, diz.

De acordo com a montadora, o fechamento faz parte de um plano de reestruturação na América do Sul. Os serviços de suporte ao cliente, reposição de peças e garantias devem ser mantidas no Brasil. Por meio de nota, a Ford afirmou que a pandemia ampliou o nível de ociosidade da capacidade de produção. Os encargos com o encerramento equivalem a mais de R$ 22 bilhões.

 

Fonte(s): REDAÇÃO ND, JOINVILLE

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