Os três Estados da região Sul vão ter ações conjuntas para enfrentar a Covid-19. Entre as ações discutidas ficou decidido a compra articulada de insumos, medicamentos, manejo interestadual de equipamentos, além da transferência de pacientes.
A adoção de medidas assim foram alinhadas durante o encontro realizado na Casa D’Agronômica, nesta quarta-feira (17). Participaram da reunião os governadores Carlos Moisés (PSL-SC), Ratinho Junior (PSD-PR) e Eduardo Leite (PSDB-RS).
“Os estados podem comprar e ceder aos estados vizinhos o que estiver faltando nas unidades hospitalares, até porque a gestão é bastante complexa. Lidamos com hospitais públicos, particulares e filantrópicos”, afirmou Moisés
O catarinense ainda afirmou que a situação da falta de cilindros de oxigênio em Santa Catarina preocupa. “Nós temos escassez de cilindros no mercado e nas unidades hospitalares. Portanto, nos estados onde não esteja tensionado, é necessário fazer uma logística integrada em que esses cilindros possam ser disponibilizados aqui para Santa Catarina, para o Paraná e para o Rio Grande do Sul”, disse.
Situação crítica
Os três estados vivem um colapso no sistema de saúde. Juntos, contabilizam 2,27 milhões de casos de Covid-19 desde o início da pandemia em março de 2020. Neste mesmo período, foram registradas 38.651 mortes nesses três Estados.
O chefe do Executivo de Santa Catarina confirmou que considera a região Sul do Brasil como o epicentro da doença, especialmente por conta da variante P1, identificada em cerca de 80% dos infectados no Estado.
“Estamos lidando com uma nova doença, um momento do novo. Estamos nos preparando não só para esse momento de crise que vivemos, mas para ajudar os outros estados quando precisarem”, disse Moisés.
O futuro ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ministro Eduardo Pazuello, também participaram do encontro por vídeochamada. Segundo Moisés, eles prometeram a chegada de novas doses da vacina para os três estados.
Planejamento
Os gestores admitem o colapso no sistema de saúde da região Sul do País, porém, eles têm a expectativa de estabilização da doença nas próximas semanas.
“Existe um planejamento estratégico entre os três estados. Pegamos a experiência do que cada um fez e deu algum tipo de resultado”, afirmou o governador do Paraná, Ratinho Junior.
Para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, houve um comportamento semelhante da pandemia entre os dias 10 e 14 de fevereiro, que prejudicou os sistemas de saúde.
“Essa forte inclinação das internações, especialmente com a variante P1, demandou fortemente do nosso sistema hospitalar. Mas temos expectativa de começar a ter uma redução, embora ainda lenta, nas próximas semanas. Já observamos uma redução, estabilização”, disse.
Compra de vacinas
Os gestores também afirmaram que irão buscar farmacêuticas para a compra de vacinas, porém, reiteraram que a prioridade segue sendo o PNI (Plano Nacional de Imunização). Apesar do acordo firmado, nenhuma nova restrição foi anunciada.
“Entendemos que é necessária uma estratégia nacional. Temos um acordo entre os governadores que aquele que viabilizar, encontrar alguma frente disponível de aquisição, fará isso buscando intermediação para ingressar essas doses dentro do programa nacional”, explicou Eduardo Leite.
Fonte(s): IAN SELL E PAULO ROLEMBERG, FLORIANÓPOLIS
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