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Após caso Ferrer, OAB/SC quer a gravação de todas audiências

OAB/SC requer normativa que determine gravação integral de todos os atos processuais do Judiciário no Brasil
Após caso Ferrer, OAB/SC quer a gravação de todas audiências
Reprodução, ND

Diante da repercussão gerada pela audiência judicial do caso Mariana Ferrer, a OAB/SC (Ordem dos Advogados de Santa Catarina) reivindicou a gravação integral de todos todos os atos processuais praticados no âmbito do Poder Judiciário.

Para tanto, o presidente da OAB/SC, Rafael Horn, enviou um ofício a Luiz Fux, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional da Justiça), requerendo a edição de uma normativa que torne obrigatória a gravação.

De acordo com a OAB, a Justiça Federal e Catarinense já gravam audiências referentes de processos que tramitam virtualmente pelo sistema e-proc.

Em Santa Catarina, a justiça trabalhista é a única que não realiza a gravação integral da audiência, apenas dos depoimentos.

A proposta da OAB amplia para a esfera nacional o pleito pela gravação em áudio e vídeo das audiências realizadas pelos Tribunais.

Garantia de direitos

O argumento que embasa o ofício enviado ao STF e CNJ é que a gravação garantiria proteção às prerrogativas e aos direitos de todas as partes envolvidas no processo. O que seria um suporte para o caso de eventuais incidentes ocorridos durante as audiências.

“Entendemos ser este o caminho para o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional, que deve fazer uso da tecnologia nos limites que não venham em prejuízo do devido processo legal, da ampla defesa e do respeito aos direitos humanos”, considera Horn.

O caso de Ferrer demonstra que a gravação integral dos atos processuais do Poder Judiciário “permite a apuração e o esclarecimento de fatos, direitos e, ainda, oportuniza a plena defesa das prerrogativas profissionais dos advogados e das garantias dos jurisdicionados”, argumenta o presidente no ofício encaminhado.

Audiência gerou repercussão

As imagens divulgadas sobre a audiência de Ferrer mostram o advogado de defesa, Cláudio Gastão da Rosa Filho, confrontando Mariana. Ele mostra fotos pessoais e se dirigindo à promotora de eventos. “É o seu ganha-pão a desgraça dos outros. Manipular essa história de virgem”, diz uma fala no vídeo.

O advogado insiste, ainda, em mostrar fotos sensuais de Mariana. “Por que você apaga as fotos, Mariana? E só aparece com essa carinha chorando. Só falta uma auréola na cabeça. Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lágrima de crocodilo”, reforçou o advogado. Essas foram algumas das atitudes que repercutiram nacionalmente.

 
Durante a sessão, em nenhum momento Gastão é interrompido, a não ser por Mariana, que implorava por respeito em uma audiência legal. “Eu gostaria de respeito, doutor excelentíssimo, eu estou implorando por respeito, no mínimo. Nem os assassinos são tratados da forma que eu estou sendo tratada”, pede em meio às lágrimas.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina informou nesta quarta-feira (4) que manifesta “contrariedade a qualquer forma de ofensa ou agressão às pessoas envolvidas no processo, bem como a divulgação de imagens protegidas por segredo de Justiça”.

E que a sentença que absolveu Aranha está “sujeita a revisão pelas instâncias superiores, e a apuração de eventual responsabilidade pela atuação do magistrado na condução da referida audiência já está sendo realizada pelos órgãos competentes”.

O Ministério Público de Santa Catarina reiterou que o réu foi absolvido por falta de provas e não pela fundamentação da tese de estupro “sem dolo”.

O órgão afirmou, ainda, que a prova dos autos “não demonstrou relação sexual sem que uma das partes tivesse o necessário discernimento dos fatos ou capacidade de oferecer resistência, ou, ainda, que a outra parte tivesse conhecimento dessa situação, pressupostos para a configuração de crime”.

 

“O Ministério Público também lamenta a postura do advogado do réu durante a audiência criminal, que não se coaduna com a conduta que se espera dos profissionais do Direito envolvidos em processos tão sensíveis e difíceis às vítimas, e ressalta a importância de a conduta ser devidamente apurada pela OAB pelos seus canais competentes”, diz a nota do MP.

A OAB/SC afirmou, por meio de nota, que está dando sequência aos trâmites internos para oficiar o advogado a prestar esclarecimentos preliminares necessários. A Ordem ressaltou, ainda, que os processos disciplinares são sigilosos.

O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho informou que “é lamentável que até o ministro do Supremo seja induzido ao erro, por meio de uma reportagem tendenciosa”.

Segundo ele, na reportagem utilizada como base para o comentário do ministro “as falas foram descontextualizadas e foram feitas afirmações que jamais foram deferidas pelo advogado e que não poderiam ter sido extraídas da sentença”. Ele reiterou, ainda, que a absolvição se deu por falta de provas contra o seu cliente.

Fonte(s): Redação ND, Florianópolis

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